título original: Sargento
Garcia
ano de lançamento: 2000
país: Brasil
elenco principal: Antônio Carlos Falcão, Gedson Castro, Marcos Breda
direção: Tutti Gregianin
roteiro: Caio Fernando Abreu (autor do texto original) e Tutti
Gregianin
Posso começar esse post
dizendo que Sargento Garcia é um
curta-metragem de 16 minutos, ambientado no Rio Grande do Sul dos anos 70, que
conseguiu seguir muito bem os passos do conto com o mesmo nome, escrito pelo
falecido Caio Fernando Abreu, no qual foi inspirado.
Mas acho que o maior
mérito que o filme conseguiu ter foi dar um golpe naquela generalização que
vemos com frequência por parte de certas pessoas que tentam passar a ideia de
que todo homossexual é igual.
Afinal, o filme mostra,
ainda que rapidamente, 3 homossexuais que vivem em condições totalmente
diferentes:
O Hermes (personagem
principal) acabou de sair da adolescência e viver os problemas típicos de um
gay dessa idade: a falta de amigos, as cobranças da família pra “se comportar
como macho”, a incerteza em relação ao futuro... Mas dá demonstrações de que
vai se tornar um intelectual no futuro.
O Sargento Garcia (que
apesar de dar nome ao filme não é o protagonista da história) é um homossexual
já de meia-idade, que seguiu carreira militar e que teve que se embrutecer ao
longo da vida pra poder não ser pisado pelos outros. Mas que admira a cultura e
a erudição, embora saiba que já chegou longe demais na rigidez e no
autoritarismo dele pra agora se dedicar a essas atividades.
E a Isadora (que é a
que aparece menos) é um travesti velho, que o máximo que conseguiu da vida foi
se tornar dona de um motel decadente. E pra passar o tempo, ela fica fazendo
poses e criando a fantasia pra ela mesma de que ela é uma diva do balé.
Mas enfim: eu disse que
Sargento Garcia é um golpe num tipo
de generalização que vemos com frequência porque não é novidade pra ninguém que
certas pessoas, principalmente evangélicos, tentam generalizar os homossexuais,
atribuindo as características mais negativas possíveis a eles. No falar de uma
grande parte dos evangélicos, todo homossexual trabalha com prostituição, todo
homossexual é pedófilo e daí pra baixo.
Bom, quando você usa a
expressão “os homossexuais”, você tá se referindo a alguns milhões de pessoas
espalhadas pelo planeta todo com as mais variadas classes sociais, os mais
variados níveis culturais, as mais variadas idades... Enfim, tem tudo aí, menos
unidade na forma de pensar e de se comportar. Portanto, não tem como
generalizar.
Então, acho que o que o
filme conseguiu foi retratar exatamente ESSA diversidade.
Bom, clique aqui pra
ver mais informações sobre Sargento
Garcia:
2 comentários:
Parece ser um filme bastante interessante. Quero ver!
Esse filme tá todo no YouTube.
Se não me engano, foi o próprio Marcos Breda que postou.
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