“Um filho mal criado se
torna um monstro quando cresce.”
Muito provavelmente
você já ouviu essa frase ou outras bem parecidas com essa, né? E até um certo
ponto, realmente essas frases procedem.
Claro que existe o
indivíduo que foi criado maravilhosamente bem e se torna um mau-caráter quando
cresce. Mas aí é a questão da índole, que já nasce com a pessoa. E isso não tem
boa educação que resolva.
Mas se o indivíduo foi
criado por uma pessoa desequilibrada ao longo da infância e da adolescência, é
impossível que ele se torne um adulto equilibrado. Claro que ele não vai virar
um bandido obrigatoriamente. Mas na melhor das hipóteses vai virar uma pessoa
toda cheia de tiques, traumas, manias estranhas e tal.
Sabemos que o Cinema de
Terror tem a tendência não de inventar situações, mas sim de pegar situações
que já existem e aumentar, mostrando uma versão aterrorizante delas.
E um tema recorrente
usado por vários filmes de terror é exatamente esse: o comportamento aberrante
e/ou perverso de vários personagens de filmes de terror é um resultado de esses
personagens terem sido criados por mães desequilibradas.
Vejamos os exemplos
talvez mais graves...
O filme Sexta-Feira 13 (1980) apresentou ao
Mundo a vilã Pamela Voorhees. E as informações que são dadas sobre ela nesse e
nos filmes que continuaram esse, mostram que, com 16 anos, ela teve um filho
aberrante chamado Jason.
Nenhum dos filmes
mostra em que condições a Pamela teve o filho nem em que condições ela se
relecionou com o pai da criança, chamado Elias Voorhees. Mas, como usava o
sobrenome dele, claro que isso é uma evidência de que eles foram casados,
embora nunca sejam mostrados juntos em nenhum filme.
Bom, aparentemente, a
Pamela superprotegeu o Jason ao longo de toda a infância, não deixando que ele
ficasse sozinho em momento nenhum. E quando foi trabalhar como cozinheira na
Colônia de Férias de Crystal Lake, em 1957, deixou o garoto sendo vigiado por 2
zeladores enquanto ela trabalhava.
Mas num momento em que
os 2 se afastaram pra transar, o Jason entrou no lago da colônia de férias e
afundou ali, sumindo sem deixar vestígios...
Quase todos pensaram
que ele tinha se afogado, embora o corpo nunca tivesse aparecido. Mas na
verdade ele passou a viver escondido num barraco na Floresta de Crystal Lake,
que rodeava todo o lago. E ele ficou ali tendo roupas e utensílios pra viver na
floresta e sem chamar a atenção de ninguém de 1957 até 1984...
Estranho que alguém
louco e completamente antissocial tenha conseguido viver assim por tanto tempo
sozinho, né? Então, tudo demonstra que a mãe ajudou ele a viver nessas
condições, provavelmente pra ‘proteger’ ele de novas tragédias.
Vamos lembrar que a
Pamela foi decapitada em 1979 pela personagem Alice e o Jason se apropriou da
cabeça decepada dela logo depois disso. E ainda matou a Alice pra se vingar
logo depois disso, o que dá a entender que ele viu, de alguma forma, as
condições em que ela foi morta. E em 1984, começou o ataque maciço dele contra
todos os seres humanos que ele encontrasse pela frente.
Então, o que o Jason se
tornou, em maior ou menor grau, foi um resultado de como ele foi criado pela
mãe.
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Outra mãe
superprotetora que causou o mesmo tipo de problema apareceu em Madrugada Alucinante (1981).
A personagem nunca tem
o nome revelado durante o filme. Mas a história insinua que o ‘marido’ dela na
verdade é o pai biológico dela, já que eles vivem sozinhos numa cabana no meio
de uma floresta e 2 dos filhos que ela teve com ele são gêmeos que nasceram
dementes e se comportam como crianças sádicas.
Os 2 garotos foram
criados na floresta em questão e adquiriram o hábito de matar as pessoas que
encontravam ali. E quando a irmã deles, chamada Merry Cat, pensa em denunciar à
polícia o que tá acontecendo, a mãe tenta impedir, afirmando que o que importa
é que eles são irmãos dela e é só nisso que ela tem que pensar.
Então, o que os gêmeos
assassinos se tornaram foi um resultado de como eles foram criados pela mãe.
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Já A Ilha dos Cães (1982) nos apresenta a filha de um milionário,
chamada Ida Parsons, que foi estuprada pelo ex namorado bêbado durante uma
festa, em 1946. E segundos depois do estupro, os cães de estimação dela
avançaram no cara e fizeram ele em pedaços, mas a Ida terminou de matar ele,
quebrando-lhe o crânio com uma pedrada.
O filme não mostra o
que aconteceu imediatamente depois disso. Mas deixa claro que o estupro
resultou numa gravidez e, por algum motivo (supostamente uma tentativa de
aborto mal sucedida), o filho nasceu deformado e com o cérebro afetado.
Profundamente
traumatizada por toda aquela situação, a Ida passou a viver sozinha com o filho
numa ilha de um dos Grandes Lagos do Canadá. E só saía de lá 2 vezes por ano
pra comprar mantimentos, sendo que nessas ocasiões ela não olhava nos olhos de
ninguém nem dizia nenhuma única palavra a ninguém, se limitando a comprar o que
precisava e voltar pra ilha, onde acreditava que o filho tava ‘protegido’ do
mundo exterior, guardado por uma grande matilha de cães de guarda que ela
mantinha na ilha.
No início dos anos 80,
ao ver que tava doente e morrendo, a Ida destruiu todos os barcos que tinha na
ilha, pra ter certeza de que, depois que ela morresse, o filho não iria embora
continuaria ‘protegido’ ali.
Conclusão: depois que
ela morreu, o filho, pra sobreviver, teve que matar e comer todos os bichos da
ilha (inclusive os cães de guarda) e depois avançou num grupo de náufragos que
chegaram ali sem querer em 1982.
Nesse caso é
questionável que existisse amor materno em questão, pois o filme dá a entender
que a Ida sempre tratou o filho como pouco mais do que um dos cães dela. E nem
deu um nome a ele: no roteiro ele é identificado apenas de Ida’s Son.
Então, o que o Ida’s
Son se tornou foi um resultado de como ele foi criado pela mãe.
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Outro exemplo de FALTA
DE amor materno que acabou em tragédia foi no Castelo Maldito (1995), que nos mostrou a Duquesa Gabriella
d’Orsino, uma nobre decadente do interior da Itália que foi traída pelo marido
e pela irmã em 1952: os 2 começaram a ter um caso e fugiram pros Estados
Unidos.
Somando isso à situação
de falência em que se encontrava, a duquesa enlouqueceu. E descontou no filho
Giorgio, de 5 anos, todo o ódio que sentia do marido e da irmã: ela trancou o
garoto no calabouço do castelo onde morava e manteve ele ali até 1995,
submetendo ele a uma sessão de tortura todos os dias. Até que ele conseguiu
fugir, completamente louco e deformado depois de tudo o que tinha passado, e
levou o terror aos novos moradores do castelo...
Então, o que o Giorgio
se tornou foi um resultado de como ele foi criado pela mãe.
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Já chegando no caso das
aberrações mesmo, temos a Lenore Davis de Nasce
Um Monstro (1974).
Ela pariu um monstruoso
bebê mutante que saiu matando todo mundo que encontrou pela frente desde o
instante do nascimento e ela tentou justificar dizendo que as pessoas
assustaram o bebê dela e, só por isso, ele fez o que fez.
Depois, a Lenore
escondeu o bebê no porão da casa, mesmo sabendo do perigo que ele representava
pra todo mundo. E no final do filme, quando o bebê degola a dentadas um amigo
da família na frente de todo mundo, ela vira pro outro filho dela e solta a
pérola:
“Aquele é o seu
irmãozinho. Ele só quer amar você.”
Então, basicamente tudo
o que o bebê mutante fez foi um resultado de como a mãe tratou ele.
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Outra mãe que não
chegou tão longe, mas também foi responsável por tragédias, foi a Julia de Contagem de Cadáveres (1987).
Em 1971, o filho dela,
chamado Ben, encontrou ela se esfregando com o amante dela. E ela disse pra ele
não contar nada ao pai, ou isso ia despertar o espírito de um xamã assassino.
Depois disso, o garoto
viu alguém fantasiado de xamã matando um rapaz e uma moça, o que fez ele ficar
traumatizado pro resto da vida e, 15 anos depois, assumir a personalidade do
xamã...
Então, o que o Ben se
tornou, em maior ou menor grau, foi um resultado de como a mãe dele se
comportou.
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E em exemplos mais
leves, vemos o traumatizado Willard, de Calafrio
(1971): até os 27 anos, ele foi tão infantilizado pela mãe que ela chegava a
fazer festinhas de aniversário pra ele convidando todas as velhas da família
pra participarem.
Não é difícil entender
por quê ele se tornou essa pessoa insegura e traumatizada que não conseguia
fazer amizade com ninguém além dos ratos da casa dele, né?
Então, o que o Willard
se tornou também foi um resultado de como ele foi criado pela mãe.
No remake A Vingança de Willard (2003) a mãe dele foi
retratada só como uma velha louca. Então, aí ela não tem tanta importância
assim na história.
Bom, clique aqui pra
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2 comentários:
Muito legal o post, só faltou a mãe de Norman Bates que na verdade era... melhor não, sem spoiler !
Filmelixo
Ah, claro.
Só não mencionei ela porque não falei aqui no blog sobre Psicose. Mas é outro exemplo, com certeza.
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