quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

POR QUE OS CENTROS URBANOS SÃO UM ANTICENÁRIO DOS FILMES DE TERROR?

Uma coisa que a gente percebe nos filmes de terror é que um dos maiores anticenários deles são os centros urbanos.
Explica-se: relativamente qualquer outro lugar é usado com mais frequência pra ambientar um filme de terror, enquanto as ‘cidades grandes’ parecem ser as últimas opções.
Nos mês passado eu mencionei aqui em posts alternativos os cenários que parecem ser os mais comuns pra produções de terror: as grandes construções (castelos, em grande parte), as florestas e as ilhas. Agora somem a isso os prédios fechados, as cidades do interior, as cavernas, as montanhas, as colônias de férias (nesse último caso, principalmente se você tiver falando de slashers dos anos 80), os outros planetas, as outras dimensões e por aí vai.
Mas dos centros urbanos parece que os diretores e roteiristas fogem quando produzem uma história de terror. Ou, pelo menos, quando se trata de uma história de terror que se passa inteira numa ‘cidade grande’.
Há exceções, é claro. E uma delas é o Monstro Sem Alma (1976), que se passa basicamente nos bairros pobres de Los Angeles, infestados de cafetões e prostitutas, mas termina com a exposição total (e fatal) do vilão nas Watts Towers.
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O Centro de Los Angeles também foi o palco do Predador 2 (1990), que continua a história de outro que se passava todo numa selva. E temos que concordar que esse filme aproveita bem o cenário de concreto oferecido pela cidade, né? O monstro ataca desde o metrô até as coberturas dos prédios mais altos! E até os becos desertos de madrugada foram lembrados! Aliás, foi ali que ele cercou e arrancou a cabeça de um dos maiores chefes mafiosos da cidade...
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Quanto às histórias que ficaram ‘meio lá, meio cá’, aí aparecem até com uma pequena frequência.
A série Sexta-Feira 13 (1980-1989), por exemplo, se passou toda em vários cenários típicos de terror ao mesmo tempo: o centro da trama era uma colônia de férias que ficava no meio de uma floresta ao lado de uma fictícia cidade do interior dos Estados Unidos chamada Crystal Lake; mas o último filme da série teve suas últimas cenas se passando no Centro de Nova York.
Sexta-Feira 13 Parte 8 - Jason Ataca Nova York (1989) encerrou a história oficial do vilão Jason Voorhees, fazendo ele embarcar num navio e ser transportado como clandestino até Nova York.
Aliás, o título do filme é a maior propaganda enganosa, pois ele não ataca a cidade de Nova York em momento nenhum da história: ao desembarcar lá, ele continua perseguindo o mesmo grupo de pessoas que tava perseguindo desde o início da história e se limita a isso. Ele não tá nem aí pra cidade de Nova York.
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Uma série cinematográfica que passou pelo mesmo processo foi Poltergeist (1982-1988): os 2 primeiros filmes se passam na fictícia cidade de Cuesta Verde, no interior da Califórnia; o último, Poltergeist III, se passa no Centro de Chicago.
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Outra série cinematográfica que ficou ‘no meio do caminho’ foi Terror No Pântano (2006-2013): tem várias cenas que se passam no Centro de New Orleans, em celebrações do Mardi Gras. Mas a parte aterrorizante mesmo dos 3 filmes da série se passa num pântano, onde vive o monstruoso Victor Crowley.
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Claro: não vamos nos esquecer do Rato-Humano (1988), né?rs
Tudo bem que desse filme não se pode esperar muita coerência, pois ele dá derrapadas do início ao fim. Mas exatamente uma dessas derrapadas faz com que uma das personagens vá passear de noite no centro de uma cidade não identificada da República Dominicana. Aparentemente, Santo Domingo.
E ao andar por uma rua escura e começar a ser perseguida por um aparente ladrão, nossa heroína entra numa casa escura pra se esconder, mas é morta por um monstrinho mutante asqueroso, metade macaco, metade rato.
Isso não parece uma derrapada? É. Realmente não seria, se o mutante em questão não tivesse no meio de uma floresta da República Dominicana há poucas cenas atrás e não reaparecesse nessa mesma floresta poucas cenas depois. E levando em conta que ele tem poucos decímetros de altura, ele anda bem rápido da floresta pro centro da cidade e vice-versa, né?rsrs
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Já o clássico Um Lobisomem Americano Em Londres (1981) tem uma mudança de cenário, mas sem contradição: começa nas desoladas e tristonhas charnecas inglesas e depois a história se desloca pro Centro de Londres, onde se conclui.
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Bom, a conclusão à que eu chego é que a maioria das histórias de terror pedem como palco um lugar de difícil acesso, em que os personagens não possam receber ajuda de ninguém ou quase ninguém. E um centro urbano é exatamente o oposto disso, né?
Mesmo assim, a gente vê que não é impossível ambientar uma história de terror ali. Algumas até se saíram muito bem!


Até a próxima!

2 comentários:

Hugo disse...

A dificuldade em filmar com muitos figurantes ou para fechar o local atrapalham e elevam muito o custo da produção.

Mesmo assim, filmes sobre apocalipse costumar utilizar cidades grandes como "Extermínio", "Eu Sou a Lenda" e o clássico dos anos setenta "A Última Esperança da Terra".

Abraço

Bússola do Terror disse...

Ah, claro. Isso também conta.
Mas sabia que as cenas do Jason andando pelas ruas de Nova York foram gravadas no improviso? Muita gente que tava passando ali na hora chegou a se assustar com o Jason andando entre eles.rs
Abraço também!